Com o suporte da tecnologia, uma nova realidade financeira já utilizada em outros países chegou ao Brasil. De forma simplificada, o Open Finance permite que clientes de um banco (ou de uma fintech, corretora, companhias de câmbio, fundos de previdência) tenham liberdade para pegar seu histórico financeiro e levá-lo para onde quiserem.
A Neoway e a B3, a bolsa do Brasil, estão no centro dessa transformação. Com base nos dados de renda variável, renda fixa, seguros e outros indicadores financeiros da B3, o time da Neoway consegue inserir tecnologia e ciência de dados para entregar inteligência e novos produtos.
O Chief Technology Officer da B3, Marcos Albino, explica que tecnologias como a Inteligência Artificial e APIs podem tornar o sistema mais seguro para os consumidores e realizar o sonho de qualquer companhia: colocar o cliente realmente no centro.
Confira os destaques da entrevista com o executivo da B3 a seguir:
Neoway — Do ponto de vista das empresas, qual vantagem competitiva que o Open Finance e soluções de dados trazem para criação de produtos?
Marcos Albino — O grande diferencial para produtos hoje é saber o comportamento do seu cliente e direcionar aquilo que ele precisa. Saímos de uma oferta em que se pega uma base de dados de clientes e se oferta a mesma coisa para todos — e eventualmente um vai gostar — para uma oferta mais específica.
Isso faz com que a gente consiga alavancar muito mais as vendas e a oferta de produtos para a necessidade do cliente. É, de fato, o que já se fala há anos de realmente colocar o cliente no centro.
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Neoway — O que você imagina como principais tendências tecnológicas para o Open Finance?
Marcos Albino — Temos alguns movimentos de tecnologia que vão alavancar o Open Finance, desde computação em nuvem até tecnologia de dados e Inteligência Artificial. Em conjunto, essas tecnologias vão permitir um maior conhecimento dos clientes e escala. Quando olhamos para computação em nuvem, por exemplo, a escala computacional é praticamente infinita. Isso faz com que seja possível gerar produtos muito mais inteligentes.
A grande tendência é explorar cada vez mais nuvem, APIs e integração ofertando produtos com o cliente no centro.
Neoway — Sabemos que o Open Finance ainda não está totalmente popularizado, qual o caminho para que o sistema tenha desenvolvimento pleno?
Marcos Albino — Acredito que estamos passando por uma etapa de aculturamento. As pessoas ainda estão entendendo a segurança do compartilhamento de dados. Trabalhamos muito com a questão da LGPD, uma série de arcabouços jurídicos que dão base para que os clientes assumam o “risco” de compartilhar os dados.
Ainda não temos tanto tempo de Open Finance na indústria, agora que estamos começando a criar produtos. Entendo que a evolução é ter um mercado financeiro muito mais direcionado para cada cliente.
Vamos ter uma variedade de soluções, por exemplo, com a Neoway que consegue direcionar para os nossos clientes exatamente os produtos financeiros que eles precisam.
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Neoway — A inclusão dos desbancarizados é um dos grandes desafios do setor. Como você vê esse desafio em relação às possibilidades do Open Finance?
Marcos Albino — Acredito que o Open Finance vai trazer mais inclusão. Uma vez que você começa a conhecer o cliente fica mais fácil convencer ele em produtos que possam ajudá-lo a evoluir. Acredito que Open Finance vem nesse sentido, você tem uma base de clientes, começa a entendê-la e consegue trazer ela para o mercado financeiro.
Neoway — Qual o diferencial da união entre Neoway e B3 para criação de produtos dentro desse cenário?
Marcos Albino — A parceria entre Neoway e B3 vai alavancar muito os negócios e os nossos clientes. A B3 vem com todo o arcabouço de dados (renda fixa, variável, balcão, seguros, dentre outros). Temos dados suficientes para conhecermos muito dos nossos clientes. E a Neoway tem essa camada de inteligência, na qual ela consegue pegar esses dados, explorar e criar produtos direcionados para os nossos clientes.
O que é interessante é que podemos gerar em conjunto tanto produtos para o cliente da ponta, B2C quanto produtos para os nossos clientes B2B. Podemos oferecer dados para que as corretoras explorem mais o comportamento de seus clientes e alavancar suas vendas, por exemplo.
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