Como as finanças digitais ajudam a diminuir a desbancarização?

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O Brasil vive uma revolução de seu sistema financeiro nos últimos anos, com inovações como o PIX e o Open Finance, que mudaram a forma como o brasileiro lida com o dinheiro. Ao mesmo tempo, o setor vive uma situação que representa um desafio e uma oportunidade: a desbancarização.

Segundo dados do Instituto Locomotiva referentes a 2021, 34 milhões de brasileiros não tinham conta em banco, ou cerca de 21% da população. Já segundo levantamento da Brinks com a Fundação Dom Cabral, a fatia seria ainda maior: 38,5%

As duas pesquisas concordam em um ponto: milhões de pessoas ainda não são alcançadas pelos serviços bancários, independentemente da métrica.

Justamente por ser uma parcela tão grande da população totalmente inexplorada pelo setor financeiro, ela também representa uma “mina de ouro” para startups e fintechs, dispostas a abrir mais caminhos para essas pessoas.

Open Finance e a desbancarização

Desde o início da pandemia, o movimento de redução da desbancarização se tornou mais notável. Isso se deve em grande parte ao pagamento do Auxílio Emergencial, que forçou muitos a abrirem contas para poderem receber os valores. 

Segundo o Banco Central, foram 16,6 milhões de novos CPFs ativos em instituições bancárias entre o início de 2020 e o fim de 2021. No entanto, ainda que o auxílio tenha contribuído, ele não é a única peça na engrenagem da diminuição da desbancarização. 

Paralelamente, foram lançadas iniciativas como o Open Banking e sua evolução, o Open Finance, que transformam o sistema financeiro para torná-lo, como o próprio nome diz, mais aberto.

O sistema de compartilhamento de dados entre instituições habilita uma série de inovações que já são vistas na prática e outras que ainda estão para chegar ao mercado.

PIX e o novo cenário das finanças digitais

Uma das soluções mais disruptivas que o sistema financeiro viu, o PIX, rapidamente caiu no gosto do brasileiro e se tornou um símbolo da nova era das finanças digitais: rápido, eficiente e, para a maioria dos usuários, grátis. 

Em dezembro de 2022, foram mais de 100 milhões de transações registradas em apenas um dia, e os recordes se renovam constantemente, sintoma de um sistema em franca expansão.

A ferramenta de pagamento instantâneo, por si só, já é transformadora em comparação aos sistemas digitais de transferências que existiam anteriormente: os antiquados DOC e TED, que eram lentos e caros.

Mas o PIX também se tornou uma porta de entrada ao sistema financeiro para muitos, devido à conveniência. Estabelecimentos de todos os tamanhos, do hipermercado ao comerciante informal, aceitam a modalidade como uma substituta do dinheiro físico, incentivando a criação de contas em bancos ou em aplicativos de fintechs. 

Uma série de novas funcionalidades nasceram a partir do PIX, como o Saque e o Troco, que permitem a retirada de dinheiro em estabelecimentos sem depender de um banco.

Algumas instituições também oferecem a possibilidade de parcelamento a partir do financiamento de uma compra sem a necessidade de um cartão de crédito, com pouquíssima burocracia. Uma solução criativa para um público

que tinha pouco ou nenhum contato com os benefícios de serviços bancários devido à desbancarização.

Fintechs e o Open Finance

A transformação digital promovida pelo Open Finance vai muito além dos pagamentos e o PIX. Ela mexe com todas as verticais e abre novos espaços para inovações em todo o setor financeiro e abre novos caminhos contra a desbancarização.

O sistema tem como valor central a autonomia do usuário, seja ele um indivíduo ou uma empresa, sobre seus dados financeiros. Este tipo de controle permite maior liberdade para encontrar condições mais vantajosas e incentiva a criação de novas soluções no mercado.

O Open Finance leva essa ideia até onde o Open Banking não alcançava, que são instituições além dos bancos. Desta forma, passam a fazer parte desse ecossistema também empresas de seguros, investimentos, câmbio, entre outros.

Consequentemente, esse sistema também abrange informações da população desbancarizada. Afinal, até mesmo uma pessoa sem conta em banco precisa pagar seus boletos e esse tipo de histórico conta para os serviços.

A perspectiva para esse momento, como relata a Microsoft, é que essa transformação deve facilitar muito o acesso aos serviços à população em situação de desbancarização. 

Com a digitalização das finanças, mesmo alguém em uma cidade pequena no interior do Brasil pode ter acesso aos serviços que antes seriam inviáveis pela indisponibilidade de uma agência em sua cidade.

No meio dessa transformação estão as fintechs, que ganham força nesse ambiente digitalizado e em geral conseguem oferecer condições mais vantajosas, com menores taxas e juros por também terem custos menores de operação.

Conclusão

A transformação digital pela qual passa o setor financeiro é profunda e tende a se acelerar com o passar dos anos. 

Bancos, fintechs e demais empresas deste mercado devem passar a olhar cada vez mais para a população em situação de desbancarização como uma forma de atrair um público grande e inexplorado, que movimenta R$ 800 bilhões por ano.

As inovações do Open Finance que surgiram e que ainda vão surgir devem beneficiar cada vez mais os usuários. As condições mais vantajosas, com tarifas menores e juros mais baixos, devem atrair essa população. 

Esse cenário é impactado diretamente pela análise de dados e a aplicação de inteligência na tomada de decisões. Saiba mais sobre o tema neste texto: Concessão de crédito: Big Data Analytics como aliado.

Por 

Neoway

A Neoway é a maior empresa da América Latina de Big Data Analytics e Inteligência Artificial para negócios. Fundada em 2002, em Florianópolis, lançou a sua plataforma SaaS em 2012, e, hoje, está presente em todo o Brasil.

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