Open Banking: o que é e como ele pode ajudar no crédito

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Um setor da economia que sempre precisou inovar, o bancário, passa por uma de suas maiores transformações na história. É o open banking, que chega para mudar todo o ecossistema de uma só vez.

A iniciativa visa interconectar plataformas de diferentes instituições financeiras para tornar a transferência de dados mais fácil.

Como o processo de tráfego de informações depende da autorização do cliente, ele pode decidir a melhor forma de tirar proveito dessa circulação.

Assim, o Open Banking gera mais transparência da relação entre uma instituição financeira e uma pessoa. Isso viabiliza ao mercado competir de forma mais agressiva – e eficiente – por clientes.

Tal vantagem ocorre porque os termos de um acordo entre as partes deixam de ser um segredo guardado entre elas. Se outras empresas enxergam que podem ganhar o cliente com condições mais vantajosas, não há barreiras que as impeçam disso.

O novo sistema vai ainda mais fundo. Como os dados são transparentes, usuários não precisam ficar restritos, por exemplo, a aplicativos dos próprios bancos. O open banking permite concentrar informações de múltiplas contas em um único espaço.

Na visão do Banco Central, esse sistema deve proporcionar melhores experiências com produtos e serviços financeiros e praticidade.

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O que é Open Banking?

Open Banking: O que é, e como ele pode ajudar no crédito

O open banking é uma nova fase da atividade bancária, que tem como objetivo trazer mais competitividade ao setor e transformar a relação entre bancos e clientes.

Na prática, essa transformação se dá por um novo conjunto de regras e tecnologias que pretende oferecer um nível inédito de integração entre instituições financeiras.

A ideia central desse novo momento inverte a lógica que vigorava até então: agora, é a pessoa que tem controle sobre seus dados, e não o banco.

A partir deste fundamento, o cenário exige que bancos e demais instituições do setor precisem disputar a lealdade do cliente.

Quem são as instituições que fazem parte

Existem dois tipos de participantes no open banking: os obrigatórios e os voluntários. Todas as principais instituições financeiras fazem parte da primeira categoria.

Em 2020, o Banco Central publicou uma lista com 1.065 empresas que deverão ser parte desse sistema.

Desde o começo, o órgão regulador já havia definido como obrigatória a participação de companhias classificadas como membros dos segmentos S1 e S2 do mercado, que indicam as instituições de maior porte no setor.

É definida como S1 a empresa que tenha um porte igual ou superior a 10% do PIB ou que exerça atividade internacional relevante.

Nessa faixa se enquadram os principais bancos brasileiros, como Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander.

Já na faixa S2 estão as instituições com 1% a 10% do PIB, o que inclui vários bancos de médio porte.

Contudo, o Banco Central incluiu outras empresas menores na lista de participação obrigatória.

Fintechs como Nubank, MercadoPago e PagSeguro são exemplos entre as instituições obrigadas a integrar o open banking. Também estão nessa categoria as cooperativas.

Outras empresas poderão se juntar ao sistema de forma voluntária, mas precisarão seguir as mesmas regras das demais. Assim, elas terão acesso aos dados de clientes de outras empresas, mas também precisarão ceder os seus.

O que muda com o Open Banking

A liberdade de acesso a dados cria um potencial de renovação de todo o setor financeiro.

A pedra fundamental desse movimento é o compartilhamento de informações entre instituições. O mercado passa a ser aberto e viabiliza competição mais acirrada pelo cliente.

As instituições participantes devem disponibilizar às outras os dados de clientes que permitirem essa ação.

Todo o processo é supervisionado pelo Banco Central, que determina que apenas órgãos previamente autorizados façam parte dessa circulação de informações.

O BC também impõe regras de segurança cibernéticas para evitar o uso indevido das informações pessoais, bem como o acesso impróprio a elas.

Com maior transparência e com o cliente no controle de suas informações, a tendência é que o mercado sofra mudanças drásticas.

Atualmente, uma instituição concentra todo o histórico de um cliente em uma “caixa preta”. Esses dados incluem informações acumuladas ao longo de anos e até décadas, o que permite uma enorme vantagem competitiva à companhia que já o detém.

Com esses dados em mãos, é possível saber, por exemplo, se o cliente é um bom pagador e oferecer condições de crédito que outros bancos, que não têm acesso a um perfil tão detalhado, não podem.

Com o open banking, a situação muda de figura. A partir de agora, clientes têm liberdade para recorrer a outra instituição na hora de buscar crédito, o que coloca todas em pé de igualdade e, por isso, deve proporcionar condições mais vantajosas.

Serviços disponíveis

Por trás de toda a ideia do open banking, há uma camada importante de tecnologia. Para que a intercomunicação seja viável, é necessário padronizar os dados entre as instituições. A implementação bem-sucedida também depende de APIs que garantem a possibilidade de interação entre instituições.

Assim, o open banking deve proporcionar uma nova gama de serviços financeiros que simplesmente não são viáveis com o antigo formato bancário.

O site Infomoney cita dois exemplos de possibilidades para este novo cenário e que podem mudar a vida dos brasileiros em pouco tempo.

Um deles é a possibilidade de recorrer a uma análise de crédito por um banco do qual a pessoa não é correntista. Para isso, basta que o indivíduo dê autorização para tal, e os dados necessários para a aprovação serão instantaneamente disponibilizados para o processo.

Em um cenário hipotético, alguém pode ir a uma loja adquirir um produto e pode solicitar o crédito do banco X mesmo sem ser cliente. Para isso, basta informar em qual instituição é correntista; ele receberá um alerta da empresa sobre a transação, e o banco X tem acesso ao que é necessário para dar o aval para a compra.

A expectativa é que esse tipo de operação possa ser viabilizada em pouco tempo após a implementação do open banking.

Outro uso relevante da integração é que os serviços de uma empresa podem ser oferecidos diretamente no aplicativo de outra por meio de parcerias.

Então, se você usa o app da fintech Y, pode encontrar lá uma opção de solicitação de crédito imobiliário do banco X, por exemplo. Na prática, passam a ser possíveis verdadeiros marketplaces de produtos financeiros.

Nesse caso, no entanto, por ser uma operação mais complexa, é provável que o serviço demore um pouco mais para se estabelecer.

O Banco Central cita outros exemplos de serviços que podem ganhar espaço. Entre eles estão, por exemplo, comparadores de serviços e tarifas, apps de aconselhamento financeiro e de planejamento familiar e iniciação de pagamentos em redes sociais.

Entenda os impactos do open banking neste episódio do podcast Bytes & Business, com a participação de Ivo Mósca, Superintendente de Open Banking e Pagamentos Instantâneos no Itaú e líder do grupo de trabalho do Open Banking pela FEBRABAN.

https://blog.neoway.com.br/podcasts-desafios-oportunidades-open-banking/

Como funciona o Open Banking no Brasil

Open Banking:  Como funciona

A implementação do open banking no Brasil foi dividida em quatro etapas.

A primeira delas entrou em vigor em fevereiro de 2021. Nela, as organizações participantes fornecem as primeiras informações padronizadas sobre seus serviços.

Nesta etapa, são disponibilizadas informações sobre canais de atendimento e produtos, que viabilizam o desenvolvimento de plataformas de comparação, por exemplo.

Na segunda fase, em julho de 2021, clientes podem solicitar o compartilhamento de suas informações cadastrais e seu histórico financeiro com o sistema para poder receber ofertas mais direcionadas ao seu perfil.

Aqui, a expectativa é que comecem a ser viáveis soluções de gestão e aconselhamento de finanças pessoais.

Já na terceira etapa, em agosto de 2021, é a hora do compartilhamento de serviços de iniciação de pagamento e de encaminhamento de proposta de operação de crédito. Na prática, essa fase viabiliza o acesso a serviços bancários por canais alternativos de atendimento.

Na fase final, iniciada em dezembro, chegam ao sistema informações inéditas sobre serviços financeiros. Entre eles estão operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência complementar aberta e contas-salário, o que ampliará o alcance.

Quando todos esses sistemas entrarem em vigor, haverá mais possibilidades para o cliente que optar pelo compartilhamento de suas informações.

E o procedimento para transferir esses dados é simples. Se um cliente de um banco A solicitar que suas informações sejam repassadas para outro, o B, o processo é praticamente instantâneo.

Funciona assim: o cliente faz a solicitação ao banco B. Em segundo plano, o banco B solicita ao A o acesso às informações do cliente, que recebe um alerta do banco A sobre a solicitação. Basta dar o consentimento, e o processo é concluído.

Pelas recomendações do Banco Central, a interface com o cliente deve acontecer por meio das ferramentas que ele já utiliza para acessar os serviços do banco.

Dessa forma, a autorização ao processo pode fazer uso dos mecanismos de autenticação já presentes no aplicativo bancário, com uso de biometria ou digitação de um PIN.

Vantagens do Open Banking

Open Banking: Conheça suas vantagens

O processo de transformação não é simples, e requer tempo e investimento. Se esse esforço do sistema bancário ocorre, é porque o mercado enxerga grandes possibilidades para o futuro.

Competitividade entre as instituições financeiras

A perspectiva do Banco Central sobre o tema é clara: sem a possibilidade de controlar os dados dos clientes, as instituições precisarão se reinventar, o que deve trazer mais competitividade para o mercado.

Empresas ganham liberdade para abordar clientes das concorrentes em igualdade de condições para realizar análises de perfil, o que deve resultar em serviços melhores para o consumidor.

Melhor experiência com produtos financeiros

Da mesma forma, a expectativa é que a nova fase também traga uma onda de inovação para o setor financeiro.

Com dados descentralizados, abrem-se caminhos para soluções que antes eram impossíveis para gerenciamento de finanças.

Uma dessas alternativas é acessar serviços e informações em plataformas que não sejam controladas diretamente pelo seu banco.

Assim, um usuário que tem duas ou mais contas correntes, ou que tem um empréstimo em uma instituição, mas conta em outra, poderia acessar os dados em um só lugar.

Entenda como ele ajuda no crédito das empresas

Open Banking: Entenda como ele ajuda no crédito das empresas

A oferta de crédito é um ponto que deve mudar muito com o open banking, com benefícios diretos para as empresas.

Uma companhia que busque crédito para suas operações passa a ter mais facilidade para comparar suas opções entre diferentes instituições, sem ficar restrita ao que o banco de que é correntista oferece.

Na prática, é possível aproveitar o controle sobre suas próprias informações para levá-las até a instituição que oferece mais vantagens.

No formato em que o sistema bancário sempre funcionou, as melhores opções de crédito tendem a ser oferecidas a uma empresa pelo banco da qual ela já é cliente.

Isso porque esta instituição concentra um volume enorme de dados produzidos pelo histórico bancário da empresa, que permitem conhecer exatamente o seu perfil e oferecer as condições mais adequadas.

Como esses dados são fechados, e possíveis concorrentes não têm acesso, eles terão dificuldades em igualar ou melhorar a oferta, já que têm menos conhecimento sobre os riscos do negócio.

Com o open banking, no entanto, a empresa se torna dona dos próprios dados, o que permite criar uma concorrência franca entre bancos pelo negócio. Isso deve proporcionar taxas mais amigáveis na hora da contratação de crédito.

Como o risco de crédito é controlado na atividade bancária

Conclusão

Não há dúvidas: o open banking é um momento de transformação sem igual no setor financeiro.

A abertura proporcionada pela implementação desse novo sistema da atividade bancária deve forçar uma nova onda de inovação na indústria.

Instituições financeiras que até então se baseavam no controle da informação do cliente precisarão se reinventar para manter a fidelidade do público, que terá muito mais facilidade de encontrar condições mais vantajosas.

Esse cenário cria mais igualdade no mercado, com oportunidades para a ascensão de novos players.

Da mesma forma que gera oportunidades, o open banking também traz desafios. Com a circulação livre de informação, o setor tem novas preocupações com segurança de dados, tema supervisionado pelo Banco Central.

O open banking também dialoga diretamente com a Lei Geral de Proteção de Dados, que torna a privacidade um desafio crucial de qualquer iniciativa que lide com informações pessoais.

Mas, mesmo com potenciais dificuldades enfrentadas nessa fase de adaptação, a expectativa é de ganhos ao consumidor e às empresas por meio de um maior incentivo à inovação e à competitividade.

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A Neoway é a maior empresa da América Latina de Big Data Analytics e Inteligência Artificial para negócios. Fundada em 2002, em Florianópolis, lançou a sua plataforma SaaS em 2012, e, hoje, está presente em todo o Brasil.

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