Transformações inevitáveis: o futuro da I.A e seus impactos nos negócios. Entrevista com Tiago Amaral

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A Inteligência Artificial tomou conta dos noticiários e trouxe mais força à discussão sobre o futuro da tecnologia. Para além de automatizar processos e otimizar entregas, quais serão as novas possibilidades que ela irá trazer para as nossas vidas? 

Apesar da complexidade em encontrar uma resposta, já é possível traçar caminhos e analisar com atenção alguns dos efeitos da tecnologia nos dias de hoje. Blockchain, NFT, Web 3, tudo isso já impacta nossa realidade.

Em entrevista à Neoway, Tiago Amaral, fundador do Inevitable Future Institute e especialista em Web3 e I.A, comentou sobre esses temas e também falou sobre a importância da busca pela inovação nos negócios. Leia a entrevista completa:

Neoway (N) A I.A tem chamado a atenção nos noticiários ultimamente, com muitas certezas e incertezas, inclusive sobre as regulamentações. O que você acha?

Tiago Amaral (TA) Eu vejo por um lado positivo, mais otimista no geral. A tecnologia pode acabar com empregos, mas pode criar novos empregos também. A grande questão com a I.A é que essas mudanças serão tão rápidas, que muitas pessoas vão precisar de upskilling, mais qualificação. As pessoas vão precisar se preparar para o novo mundo…

Sobre a regulamentação, a gente precisa discutir muito qual realmente faz sentido. É como tentar regulamentar a internet nos dias de hoje (como um gênio, que quando sai da lâmpada, é difícil colocar de volta).

Acho que existem questões que com certeza precisam ser endereçadas e até as próprias plataformas vão precisar se adequar. O Google está estudando criar um tipo de tag para imagens feitas por I.A, por exemplo. O fato é que para as empresas também não é interessante que vire uma bagunça completa, que faça com que percam a credibilidade com o público.

Meu receio em relação à regulamentação é que isso mate as inovações antes da hora.

O Chris Dixon, um dos pensadores mais influentes da tecnologia diz que lá atrás, quando começamos a ter criptografia na internet, muitos achavam que essa tecnologia era usada apenas por criminosos ou por alguém que queria esconder alguma coisa. Por um tempo, muitos tiveram a mesma percepção sobre a I.A. Hoje sabemos que a criptografia hé fundamental.

(N) Como você vê o impacto da I.A. na produtividade das empresas?

(TA) Sem dúvidas, a I.A é um grande push de produtividade quando é usada de forma correta. A empresa pode ter ganhos enormes quando a integração é feita de forma inteligente. Mas um ponto importante para lembrar é que a I.A. não surgiu agora, ela não veio com o ChatGPT, que é o assunto do momento. 

As BigTechs, por exemplo, usam a I.A há décadas e nós, no dia a dia, também a usamos: quando procuramos um vídeo no Youtube, na Netflix, quando usamos o Instagram, a I.A. também está ali.

A questão é que essa tecnologia está (e estará cada vez mais) disponível para o consumidor final e para as pequenas e médias empresas. Tecnologias que antes eram restritas, por serem muito caras, agora fazem parte do dia a dia das pessoas e não é preciso ter todo o dinheiro do mundo para que sejam plugadas aos negócios.

(N) Uma questão bem interessante ligada ao desenvolvimento de soluções de IA é que vários modelos dependem de quantidades massivas de dados para treinamento. O que levanta questões e desafios para a Privacidade de Dados, por exemplo. O que você pensa sobre o assunto? 

(TA) Esse debate ainda vai durar um bom tempo. A gente sabe que é preciso ter uma percepção e cuidado maior com a privacidade de dados, mas as tecnologias trazem tanta conveniência e praticidade ao nosso dia a dia, que muitas pessoas em um primeiro momento podem não se importar  tanto com essa questão. O trade off vai ser: me traz tanta praticidade que tudo bem, vale a pena no fim do dia.

Agora, quando chegarmos a um nível de maturidade, quando muita gente se questionar sobre isso, será necessário que outras tecnologias entrem na jogada. Como o Blockchain, que tem a privacidade no core, que foi construída com isso em mente e que pode ser acoplada às aplicações da I.A.

Mas quando falamos sobre as empresas, existe um ponto fundamental: vários negócios já estão buscando soluções que criam camadas de segurança para que as pessoas possam usar as aplicações, sem colocar seus dados em risco.

Essas camadas de segurança vão ajudar com que, no ambiente corporativo, o uso de dados não seja um problema. As empresas vão construir modelos de proteção (in house ou com parceiros), pois possuem dados valiosos, que podem ser usados internamente para aprimorar os serviços e que muitas vezes, elas não querem compartilhar.

(N) Com tanta tecnologia acontecendo, novos processos. Ainda existe espaço para as empresas inovarem? 

(TA) Acredito que sim. A gente sabe que há muito hype em cima do conceito de “inovação”, ainda mais hoje em que as informações são real time, com tantas novas ferramentas.

Mas quando a gente faz um zoom out e volta para anos atrás, conseguimos ver o quanto já evoluímos. Em 2007, por exemplo, não tínhamos a Apple Store. Quando ela surgiu, um ano depois, ela revolucionou completamente a forma com que lidamos com a tecnologia. E com ela veio o Instagram, Uber, etc.

Outro exemplo é o Google Cloud, que hoje é indispensável para os negócios e foi um dos catalisadores para a transformação digital para as empresas. 

Um ponto importante sobre é que as inovações solucionam muitos problemas, mas também trazem novos desafios. As mídias sociais são sensacionais para muitas coisas, mas também trazem muitas questões que precisamos endereçar.

Sem dúvidas, dá para inovar.  Com a junção da I.A e da Web3, por exemplo, teremos muitas possibilidades. Daqui a dez anos, essas tecnologias serão maiores e terão mais impacto sobre as nossas vidas. É um processo cíclico. 

(N)  O imaginário sobre tecnologia sempre tem aquelas visões de um futuro com carros voadores, robôs. Aquela coisa bem futurística…  Mas, o que podemos esperar, na realidade, para os próximos anos do desenvolvimento de I.A e outras tecnologias emergentes?

(TA) É muito complexo responder essa pergunta. Existe um livro do Kevin Kelly que chama “The inevitable”. O autor viu a internet comercial nascer nos anos noventa e ele fala que uma rede como a internet era inevitável surgir, pelas pesquisas que as pessoas faziam na época. 

Já o Twitter, por exemplo, não era inevitável, mas acabou surgindo nesse ecossistema. Eu vejo a I.A dessa forma também: inevitável. Ela vai automatizar muita coisa, estará cada vez mais presente no nosso dia. Mas os detalhes, as nuances, são praticamente impossíveis de prever. Porque é um sistema muito complexo, de muitas pessoas fazendo testes, com capital, sem capital… E alguns desses testes uma hora podem dar certo.

A previsão mais simples que podemos fazer é que essas mudanças são inevitáveis e cabe a gente entender o que são essas tecnologias, como elas podem impactar os negócios e se preparar para surfar as ondas quando elas forem aparecendo. 

(N) Na Neoway falamos muito sobre como a I.A influencia o universo de marketing e vendas e também de prevenção a perdas. Como você acha que as empresas podem usar a tecnologia nesse sentido, para aprimorar  suas estratégias?

(TA) A questão é não só ter os dados, mas também ter inteligência. Assim, as empresas conseguem analisar um volume gigantesco de dados e aplicá-los em suas campanhas. Além disso, podem entregar informações muito mais ricas e direcionadas para as equipes.

A I.A não vai falar o que precisa fazer, mas vai fazer uma análise enorme de dados, de forma muito mais rápida, interativa e inteligente. 

Acredito que com o passar dos anos e do desenvolvimento da I.A, vamos ter modelos para usos e nichos mais específicos. 

(N) Não poderíamos deixar de perguntar sobre a Web3. As pessoas falam que é a “nova internet”, é isso mesmo? 

(TA) Talvez a forma mais simples e direta de explicar a Web3  é falar sobre as anteriores, a Web1 e a Web2. A 1 era muito baseada em aplicações como Yahoo, Amazon, Google. Onde você tinha muitos dados, muitas informações, mas não tinha tanta interatividade. 

A 2 vem principalmente das grandes plataformas e das mídias sociais: você não apenas lê, mas também escreve, participa, deixa um comentário, cria, etc.

Já na Web3, além de escrever e criar, você passa a ser dono dos ativos digitais, há uma descentralização. É um conceito que pode parecer complexo para muita gente e que ao longo dos anos será mais aceito e entendido. Mas, basicamente, hoje temos dados online e não somos donos desses dados e ativos. E eles, muitas vezes, são muito mais importantes e valiosos do que temos no mundo real. 

A ideia da Web3 (e o Blockchain é fundamental nesse cenário), é que a gente passe a ser dono desse ativo, que pode ser comercializado, tokenizado, pode trazer mais liquidez, transparência, etc. 

(N) Por fim, tem alguma coisa sobre a Web3 que as empresas devem se atentar?

(TA) Depende muito do segmento. Quando o NFT explodiu todo mundo queria lançar uma coleção, como se essa fosse a única estratégia para entrar nesse nicho, mas existem diversas estratégias.
A Starbucks, por exemplo, está fazendo um programa de reward de NFT, introduzindo novos usuários, ganhando mais tração, etc. Então, acredito que cabe aos líderes entender a tecnologia em si e o

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Neoway

A Neoway é a maior empresa da América Latina de Big Data Analytics e Inteligência Artificial para negócios. Fundada em 2002, em Florianópolis, lançou a sua plataforma SaaS em 2012, e, hoje, está presente em todo o Brasil.

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