A tecnologia permeia, cada vez mais, o mercado financeiro e as instituições financeiras precisam se adaptar a essa nova realidade. Para você ter ideia, uma pesquisa da FGV indicou que o Brasil possui mais smartphones que pessoas e a usabilidade é uma preocupação constante das empresas.
Entre novos métodos de pagamento, beyond bankings e criptomoedas, emergem os Super Apps, ferramentas que levam aos clientes múltiplas funcionalidades em uma só plataforma.
Mas, quais novidades eles trazem? Se você quer saber o que são os Super Apps, quais suas vantagens e como são usados no mercado financeiro, continue a leitura!
O que são os Super Apps?
Super Apps são aplicativos desenvolvidos para dispositivos móveis que agregam diferentes serviços e funcionalidades. Ou seja, permitem que os usuários realizem várias tarefas sem a necessidade de instalação de outra plataforma.
Na prática, são aplicações compostas por diversos Mini Apps modulares que podem ser removidos, adicionados ou modificados como recursos.
Esse modelo é muito popular em países asiáticos, como a China, onde 92% dos residentes utilizam as duas principais soluções: WeChat e Alipay (Deloitte, 2022). Já no Brasil 41% das pessoas relatam nunca terem ouvido o termo (Ecommerce Brasil, 2022).
Ainda assim, eles estão presentes no cotidiano do consumidor. São soluções como Shopee, Uber e iFood, utilizados por empresas para ampliar a presença da marca, coletar dados sobre o comportamento do cliente e melhorar sua experiência ao interagir com a ferramenta.
O WeChat, aplicativo originalmente voltado à troca de mensagens, é considerado o primeiro Super App do mundo. Nele, é possível realizar transferências, compras, solicitar transportes ou confirmar reservas em hotéis, por exemplo.
Para o usuário, representam conveniência, já que economizam espaço de armazenamento e trazem uma experiência completa. Por parte das empresas, os Super Apps abrem novas portas para o aumento de receita e fidelização de clientes.
Quais as diferenças entre um app, o Super App e o Mini App?
Antes de prosseguir, é importante compreender os conceitos de app tradicional, Super App e Mini App.
Um app tradicional é aquele criado para uma única função. Caso sejam adicionados novos serviços e funcionalidades a ele, se torna um Super App. Ou seja, um Super App auxilia o usuário em diferentes esferas.
Os Mini Apps, por sua vez, são micro recursos individuais que podem ser adicionados a outros aplicativos. Múltiplos Mini Apps podem ser integrados a apps tradicionais para formar um Super App.
Como os Super Apps são usados no mercado financeiro?
Os Super Apps também são utilizados no mercado financeiro. Um bom exemplo é o aplicativo móvel do Nubank, o qual é monitorado para realização de ajustes rotineiros.
Além disso, novas funcionalidades podem ser adicionadas, como a possibilidade de criação de cartões virtuais instantaneamente. Assim como permite a adição de serviços, como a possibilidade de investimentos, contratação de seguros e a inclusão de um marketplace direto na plataforma.
O Banco Central é outro que se prepara para lançar um Super App para integração de todos os serviços financeiros em um único canal. Com a implementação do Open Banking e o compartilhamento de informações de diferentes fontes, essa tendência ganha ainda mais força.
“A ideia é que, no futuro, ao acessar o aplicativo, o cliente possa ter acesso a serviços de outros provedores autorizados pelo Banco Central”, disse Roberto Campos Neto, presidente do BC, em entrevista à Infomoney (2023).
É importante ressaltar que, embora possa parecer uma boa ideia ampliar a gama de serviços, as instituições financeiras devem também investir em performance. Isso quer dizer que os Super Apps devem ser rápidos, ter um bom desempenho e, claro, uma interface amigável.
Outra ressalva fica por conta da regulamentação. No setor financeiro existem muitas normas que devem ser seguidas e, portanto, é preciso tomar medidas de mitigação de riscos e compliance.
Além disso, são vias de mão dupla para o segmento. Um banco, por exemplo, pode tanto inserir funcionalidades dentro de um Super App de terceiros (como lojas virtuais), quanto integrar a loja dentro de seu próprio superaplicativo. Essa deve ser uma decisão estratégica, pois pode ter efeitos na reputação da marca e reduzir a adesão de novos clientes.
Não restam dúvidas de que esse tipo de tecnologia oferece uma nova gama de oportunidades para bancos e outras instituições financeiras. Além de gerar novas fontes de receita, trazem comodidade ao usuário em um cenário no qual a praticidade é cada vez mais importante.
