PIX: Entenda tudo sobre o novo sistema de pagamento

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Poucos dias após o anúncio, o Banco Central registrou mais de 33 milhões de clientes cadastrados no seu novo serviço, o PIX.

A nova opção para pagamentos e transferências é a primeira novidade do BC para digitalizar o sistema bancário brasileiro e estimular a inovação no setor, preocupando-se também em colocar o cliente no centro das ações.

Neste post, veja o que é PIX, como ele funciona, como aderir ao novo serviço, quais são suas vantagens, as principais dúvidas e muito mais. Acompanhe!

O que é PIX?

PIX é um novo meio de pagamento eletrônico, instantâneo e sem custo criado pelo Banco Central do Brasil (BC). A ideia é que ele funcione como uma nova opção para os clientes, ao lado de modalidades já bastante conhecidas como TED, DOC, boletos bancários, cheques e os cartões de crédito e débito.

Com o PIX, os brasileiros podem fazer transferências, receber pagamentos e fazer compras de maneira imediata. Em menos de 10 segundos, a transação é concluída.

Tudo sem custos (para Pessoas Físicas), a qualquer hora e dia da semana e para qualquer instituição financeira.

Como o PIX foi criado?

A  imagem mostra o prédio do Banco Central do Brasil, em Brasília.

O PIX foi criado pelo Banco Central, mas será oferecido aos clientes por cada instituição bancária: bancos, fintechs e empresas de meios de pagamento. O serviço poderá ser utilizado por todos os brasileiros a partir do dia 16 de novembro de 2020.

O objetivo da criação do serviço foi acelerar a digitalização do setor bancário no Brasil, reduzir custos e aumentar a competitividade.

Outro motivador para o desenvolvimento do serviço foi reduzir as transações feitas em dinheiro em espécie e oferecer uma alternativa a meios de pagamentos datados, como TED, DOC e boleto bancário.

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Como funciona o PIX?

Atualmente, todas as modalidades de pagamento e transferências bancárias exigem que o cliente tenha que esperar para sua compensação: são duas horas para a efetivação de TEDs (dependendo do horário) e um dia útil para DOCs.

Ou seja, em caso de feriados, finais de semana ou dependendo do horário em que foi realizada, a transação pode levar dias para ser compensada.
O PIX não vai depender do expediente dos bancos e de outras empresas do setor e as transações realizadas com ele serão concluídas de maneira imediata.

A aprovação de cada operação pode ser feita por meio de senha, biometria ou reconhecimento facial, além de QR Code.

De acordo com o Banco Central, não é necessário que o cliente tenha conta no banco para utilizar o PIX. Para tal, basta abastecer a carteira digital do serviço, que funcionará como uma espécie de conta digital.

Por fim, o BC também não estipulou limites de valores – mínimos ou máximos – para as transações realizadas com PIX.

No entanto, cada instituição pode definir suas próprias regras, sobretudo em função de políticas de prevenção à fraude.

Chave PIX

Opções de chave PIX: CPF; CNPJ; E-mail; Número de celular; EVP (Endereço Virtual de Pagamento. Ao lado do texto há uma imagem de uma chave PIX

Para cadastrar e utilizar o PIX, é necessário criar uma chave PIX. Essa chave nada mais é do que o apelido (como o BC chama) de cada conta.

Para criá-la, o cliente – pessoa física ou empresa – pode utilizar uma das quatro formas de identificação disponíveis: CPF ou CNPJ, e-mail, número de celular ou um Endereço Virtual de Pagamento (EVP).

O EVP, ou chave aleatória, é uma forma que o usuário tem para receber sem precisar informar seus dados pessoais. Ele consiste em um código hexadecimal aleatório formado por 32 caracteres.

Esse código é criado pelo Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), do Banco Central.

As chaves PIX devem ser cadastradas no aplicativo, site ou até mesmo agência de cada instituição financeira em que a pessoa tem uma conta.

Após o cadastro, o cliente receberá um SMS, para confirmar o número de celular apresentado, ou e-mail, para validar o endereço eletrônico.

Leia mais: Verificação de identidade: por que é importante ter precisão na avaliação inicial?

Transferências e pagamentos

O PIX poderá ser utilizado no aplicativo para celulares de cada instituição financeira. Também haverá disponibilidade no internet banking.

Para utilizá-lo, basta que o cliente escolha o PIX dentre as opções oferecidas para realizar a transação.

Para utilizar o serviço para pagamentos, não será necessário fornecer dados de agência e conta. Basta cadastrar a chave PIX e informá-la no momento da compra.

Empresas também poderão oferecer o PIX como forma de pagamento aos seus consumidores. Nesse caso, a transação deve ser realizada por meio de QR Code, bastando ao cliente escolher o PIX no aplicativo e capturar o código com a câmera.

Já para transferências, é necessário que o usuário informe a chave para o pagador ou, caso deseje enviar dinheiro para alguém, solicitar a chave para a pessoa ou empresa em questão.

Quais são os tipos de pagamento PIX?

O PIX, como elemento dinâmico, apresenta uma série de possibilidades para a realização de transferências. As principais são:

  • Transferência PIX: nesse modelo, o pagador deve inserir o valor e a chave PIX do destinatário para realizar a transferência. Tanto os bancos quanto os usuários podem estabelecer limites para o valor.
  • PIX programado: no PIX programado, é possível automatizar a transferência uma única vez ou recorrentemente.
  • Pix Copia e Cola: para realizar um pagamento, o pagador deve colar o código PIX gerado em seu aplicativo, confirmar os dados do recebedor e confirmar a transação.
  • PIX QR Code: no sistema de QR Code, o usuário deve apontar a câmera do celular para um QR Code gerado. Assim, automaticamente será direcionado à tela de pagamento – podem ser dinâmicos ou estáticos.
  • Boleto PIX: atualmente, alguns boletos contêm um QR Code, tornando desnecessária a digitação da sequência numérica do boleto.
  • PIX Troco: nesse sistema, o cliente pode realizar o pagamento via PIX e receber o troco em dinheiro.
  • PIX Saque: de modo similar ao anterior, o cliente realiza uma transferência por PIX e recebe o valor em dinheiro.
  • PIX no crédito: algumas instituições oferecem a opção do PIX no crédito. Isso quer dizer que a conta deverá ser paga somente após o fechamento da fatura do cartão. Também é possível parcelar dessa maneira.

PIX e QR code são a mesma coisa?

Além das chaves, outra forma de fazer pagamentos e transferência com o PIX é por meio de QR Code, que deverá ser compartilhado pelo recebedor.

Assim, em vez de o cliente fornecer dados bancários ou sua chave para receber um valor, basta gerar um QR Code e enviar para o pagador.

O QR Code do PIX pode ser gerado diretamente no aplicativo do banco onde o cliente tem conta. Vale apontar que existem dois tipos de código:

  • QR Code estático: utilizado para transferências ou compras no comércio que tenham preço fixo, permite múltiplas operações. Pode ter um valor fixo ou que seja inserido pelo pagador no ato do pagamento. Exemplo: pequenos comerciantes e prestadores de serviço.
  • QR Code dinâmico: utilizado quando as informações de pagamento mudam a cada transação, permite a inclusão de dados adicionais. Pode ser gerado tanto pelo pagador quanto pelo recebedor. Exemplo: supermercados ou restaurantes, em que cada compra tem um valor diferente da anterior.

Como o open banking mudou o setor bancário?

A imagem mostra uma agência bancária em funcionamento

O PIX é a primeira de uma série de inovações propostas pelo Banco Central e o primeiro passo rumo a outra novidade ainda mais impactante: o open banking.

Essa é uma modalidade em que o cliente tem acesso completo a seus dados e a seu histórico financeiro – hoje mantido pelos bancos – e pode compartilhá-los com qualquer instituição financeira regulada pelo Banco Central.

Seu funcionamento é semelhante ao login social, em que o usuário pode se cadastrar em diferentes plataformas utilizando seu e-mail do Google ou conta no Facebook, por exemplo. No caso do open banking, o cliente pode escolher os dados que deseja compartilhar e as empresas com que deseja fazer isso.

Assim, ele terá mais liberdade para escolher a instituição que lhe ofereça as melhores condições, as taxas mais vantajosas e os serviços que mais lhe interessem.

Em outras palavras, o open banking servirá para integrar toda a vida financeira de uma pessoa ou empresa em um só lugar.

Conta-corrente, poupança, investimentos, meios de pagamento e opções de financiamento para o perfil de cada cliente estarão centralizadas e à disposição do usuário.

O open banking é um estímulo ainda mais importante para pequenos e médios bancos e para as fintechs, já que oferece uma série de novas oportunidades para que essas empresas possam conquistar novos clientes.

Isso porque elas terão acesso a todas as informações dos clientes de seus concorrentes e poderão saber exatamente o que cada um deseja.

Mas há vantagens também para as instituições tradicionais, já que os grandes bancos que operam no país também terão acesso aos dados dos clientes de outros bancos.

Isso promete tornar a competitividade no setor muito mais acirrada, inclusive com a entrada de novos players no mercado, o que deve refletir em benefícios para os clientes.

Outro ponto que sofrerá forte impacto diz respeito à inovação no setor, já que o open banking abre espaço para ações disruptivas e o desenvolvimento de novos serviços e soluções.

Quais as vantagens do PIX?

Para o setor bancário

As principais vantagens para o setor bancário se referem à própria oferta do serviço, servindo para atrair novos clientes, além de aumentar a competitividade e estimular a inovação no segmento.

Outro ponto importante é a possibilidade de fidelização dos clientes. Isso porque, com o PIX, os clientes das instituições bancárias devem escolher uma chave para uma única conta bancária.

Assim, se o consumidor escolher sua principal chave – que deve ser o número de celular na maioria dos casos – para um determinado banco, isso significa que é lá em que ele vai centralizar suas transações.

Com isso, a escolha do cliente vai ser sempre pela instituição que oferecer a melhor experiência, o que leva as empresas do setor a se modernizarem e a investirem na valorização da experiência digital de seus clientes.

Vale apontar ainda que, embora os bancos percam dinheiro com a chegada do PIX – afinal, TED e DOC são cobrados –, o novo serviço deve apresentar oportunidades para a construção de novos modelos de negócios e serviços inovadores.

Além disso, à medida que o serviço for se disseminando, a cobrança de taxas pelas transações feitas por pessoas jurídicas, mesmo que muito pequenas, tende a gerar lucro para as instituições.

Outra forma com que as empresas saem ganhando é por meio da redução do uso de papel, sobretudo para a emissão de boletos físicos.

Para os clientes dos bancos

O PIX potencializa o que já é oferecido por alguns bancos digitais e o que já acontece com transferência entre contas de um mesmo banco ou titular: a rapidez para a efetivação da transação e a isenção de taxas.

Com o PIX, o recebedor tem acesso a seu dinheiro imediatamente e de forma gratuita. Vale lembrar que, dependendo do caso, modalidades como TED e DOC são cobradas.

Nesse sentido, outra grande vantagem é que o serviço estará disponível 24 horas, todos os dias da semana, incluindo sábados, domingos e feriados.

Assim, os clientes não ficam dependentes do horário de funcionamento dos bancos e não sofrem com atrasos por conta de emendas de feriados, por exemplo.

Como comentamos, a introdução do PIX no mercado tende a aumentar a competitividade entre as empresas do setor.

E isso deve se refletir em benefícios para os clientes, sobretudo com a redução do custos de outros serviços e aprimoramento da experiência do usuário, incluindo mais segurança para as transações.

Por ser uma modalidade bastante simplificada, o PIX também ajudará a promover a inclusão financeira e digital, além de trazer consigo outras inovações para o sistema bancário.

Como aderir ao PIX?

Para aderir ao PIX, o primeiro passo é criar uma chave. Para isso, o cliente deve utilizar os canais de atendimento do banco ou instituição financeira em que tem uma conta.

O cadastro das chaves pode ser feito por meio do aplicativo ou site de cada banco. Como vimos, o registro está vinculado a dados pessoais de cada cliente ou a um Endereço Virtual de Pagamento (EVP).

É essencial que o cliente mantenha seus cadastros junto aos bancos atualizados. Isso é necessário para que informações como e-mail, número de telefone, e CPF estejam corretas, uma vez que servirão para a identificação de cada usuário.

O cadastro no PIX é obrigatório?

Pessoas físicas e empresas não são obrigadas a fazer seu cadastro no PIX, uma vez que as outras modalidades de pagamento e transferência de valores seguirão ativas. Além disso, o serviço pode ser utilizado por quem não tem uma chave.

No entanto, o Banco Central recomenda que quem deseje ter acesso ao PIX realize seu cadastro para agilizar as transações.

Afinal, o PIX é seguro?

A segurança é uma das principais características do PIX e está presente em todas as etapas do serviço, seja em relação às transações, aos dados dos clientes ou no combate a fraudes e crimes, como lavagem de dinheiro.

Para isso, foram definidos diversos controles de segurança de modo a garantir a integridade, a confidencialidade e a autenticidade de todas as informações.

Todas as transações realizadas via PIX ocorrem por meio de mensagens assinadas digitalmente. Os dados são criptografados e trafegam em uma rede protegida e independente.

Já no sistema que armazena as informações das chaves PIX dos clientes, o Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), os dados são criptografados e foram implementados diversos mecanismos de proteção e indicadores que auxiliam na prevenção a fraudes.

Assim como acontece com TED e DOC, todas as informações das transações estão protegidas por sigilo bancário, de acordo com a Lei Complementar nº 105 e com a nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Além disso, o Banco Central informou que as instituições financeiras têm o poder de reter as transferências e pagamentos momentaneamente, caso haja suspeita de fraude na transação.

Leia mais: Como otimizar a análise de risco para onboarding de clientes online

Principais dúvidas sobre o PIX

A imagem mostra uma mulher mexendo em seu smartphone, provavelmente realizando uma transferência PIX.

Quanto custa o PIX?

O PIX é um sistema de pagamento gratuito para Pessoas Físicas, incluindo o Microempreendedor Individual (MEI).

Já no caso de empresas, poderá ser cobrada uma taxa fixa em cada transação. A cobrança fica a critério das instituições.

Quantas chaves PIX uma pessoa pode ter?

Cada pessoa física pode ter até cinco chaves PIX por conta, enquanto empresas podem ter até 20. No entanto, não é possível cadastrar a mesma chave para contas diferentes.

Há prazo para cadastrar no PIX?

O cadastro de uma chave PIX pode ser feito a qualquer momento. Não há prazo limite para aderir ao serviço.

Posso alterar ou cancelar cadastro no PIX?

As instituições financeiras oferecem a possibilidade de cadastrar chaves PIX. Embora cada empresa tenha seu próprio menu, o caminho é basicamente o mesmo.

Basta acessar o aplicativo, ir até a seção destinada ao gerenciamento das chaves (por exemplo: “minhas chaves” ou “ajustes” ou “gerenciar chaves”) e excluir ou descadastrar as chaves que desejar.

Já para a alteração da chave cadastrada, como em casos de mudança de número de telefone, basta incluir uma nova chave e excluir a anterior.

TED, DOC e boleto bancário vão acabar?

O PIX é uma nova alternativa de pagamento. O objetivo de sua criação é trazer uma nova alternativa de transferências e pagamentos para os clientes, que seja mais barata e funcione todos os dias do ano – e não apenas em dias úteis, como as outras modalidades.

Conclusão

O PIX está disponível para todos os brasileiros. A alta adesão durante os primeiros anos mostram que os clientes de instituições bancárias estão dispostos a aderir ao serviço, seguindo uma tendência de digitalização do setor bancário no país.

Por envolver praticamente todos os bancos e possuir um sistema simples para cadastro e uso do serviço, o PIX aumentou a inclusão bancária e digital dos brasileiros.

Essa mudança traz benefícios para os clientes e para as próprias empresas, além de pavimentar o caminho para inovações mais importantes, como o open banking.

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Por 

Neoway

A Neoway é a maior empresa da América Latina de Big Data Analytics e Inteligência Artificial para negócios. Fundada em 2002, em Florianópolis, lançou a sua plataforma SaaS em 2012, e, hoje, está presente em todo o Brasil.

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