A inovação movimenta a humanidade e faz com que o mundo passe por constantes renovações. Mas, como garantir que essas transformações sejam feitas para o bem? É com esse objetivo que foi criado o conceito de inovação responsável.
Em um momento no qual a sigla ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) se torna cada vez mais importante no mundo dos negócios, garantir que uma nova ideia não causará a piora do planeta se tornou crucial para os negócios.
Inovação responsável: o que é e quais são seus pilares?
A inovação responsável promove uma maneira mais sustentável de fazer negócios, a fim de minimizar impactos negativos ambientais e sociais.
Essa exigência não parte apenas da boa vontade dos empreendedores, no entanto. Cada vez mais consumidores estão preocupados com o impacto do que consomem e demandam que empresas tenham atitudes que atendam a essa preocupação.
Para isso, uma companhia precisa analisar com cuidado todos os cenários para tomar consciência de quais são os possíveis desdobramentos de um projeto de inovação.
A aplicação prática da inovação responsável depende de alguns pilares principais, conforme definidos por Jack Stilgoe, Richard Owen e Phil Macnaghten em artigo publicado na revista científica Research Policy em 2013. São eles:
1. Antecipação
Os impactos de uma inovação muitas vezes não são conhecidos até que se materializem quando as devidas análises de riscos não são feitas adequadamente. Isso abre espaço para efeitos adversos imprevistos de uma nova iniciativa.
Por isso, parte importante da gestão de inovação responsável é planejar cenários a partir de questionamento sobre eventos possíveis e plausíveis, além das possíveis contingências.
2. Reflexividade
Tão importante quanto desenvolver um novo projeto é refletir sobre ele, a fim de analisar de forma sistemática as atividades, compromissos e suposições para ganhar uma visão mais clara do que está em desenvolvimento.
Códigos de conduta são uma ferramenta para garantir a reflexividade e o constante questionamento das práticas e suas implicações sócio-éticas.
3. Inclusão
Essa ideia gira em torno de habilitar novas e diferentes vozes no processo de inovação, a fim de construir legitimidade.
Este ponto inclui a necessidade de ouvir diferentes perfis de pessoas e estar aberto ao debate público de qualidade para entender melhor os impactos potenciais.
4. Responsividade
Este último pilar está relacionado à capacidade de mudar seus rumos diante das expectativas e contribuições do público e outras partes interessadas, além de novas circunstâncias imprevistas.
Qual é a importância da inovação responsável?
A cultura de inovação responsável coloca a empresa como um agente transformador para o bem. O objetivo é criar produtos e modelos de negócio que atacam os problemas sociais e ambientais em vez de exacerbá-los.
A ideia vai além do puro idealismo de fazer do mundo um lugar melhor. Ela visa também responder à demanda de um público cada vez mais exigente, que demanda sustentabilidade.
Ao posicionar-se como uma força positiva, uma empresa também pode atrair novos clientes, fidelizar antigos e aumentar suas vendas, tornando seu negócio mais lucrativo.
Além disso, ações responsáveis também trazem um impacto positivo na força de trabalho. Ao dar às equipes um propósito maior às suas atividades, elas tendem a ficar mais motivadas e se tornar mais produtivas.
Aplicações: como a inovação responsável funciona?
São várias as empresas que se valem do conceito de inovação responsável para guiar seus modelos de negócios e seu processo criativo.
Um exemplo interessante é o da Meta, empresa que desenvolve apps como Facebook, Instagram e WhatsApp. A companhia mantém público um documento em que explica os princípios seguidos por sua equipe na hora de desenvolver o metaverso, uma de suas grandes apostas para os próximos anos.
O primeiro dos princípios definidos pela Meta é o de nunca surpreender um usuário. Isso significa utilizar uma comunicação clara para apresentar perdas e ganhos e permitir decisões informadas sobre o uso dos produtos.
O segundo é fornecer controles que façam diferença, o que, para a companhia, é manter as configurações de privacidade mais cruciais ativadas por padrão e dar aos usuários a opção de alterá-las como preferirem.
O terceiro é considerar todos, que significa criar um produto inclusivo para um público diverso. Isso envolve tornar a tecnologia acessível a diferentes perfis e desenvolver hardware para corpos distintos. Por fim, priorizar pessoas, que significa respeitar o público e tratar seus dados de maneira responsável.
Conclusão
A inovação responsável é mais do que uma tendência: é uma realidade que veio para ficar, em um mundo com comprometimento crescente em aspectos ambientais e sociais.
Diante dessa situação, empresas precisam se reinventar e entender seu papel na sociedade, sabendo que seu público está exigente em relação às boas práticas de sustentabilidade e tende a ficar ainda mais.
É fundamental entender qual o verdadeiro impacto que uma empresa pode ter na sociedade, não apenas pensando em melhorar o mundo, mas também para sobreviver como negócio.
Quer entender mais sobre o assunto? Confira o material produzido pela Neoway e entenda como o ESG pode influenciar nos resultados das empresas. Veja a relação das empresas com práticas socioambientais
