Ao longo da história, a humanidade passou por três revoluções industriais, que transformaram completamente o processo produtivo. Agora, o mundo vive um quarto período de transformação, conhecido como indústria 4.0.
No cenário atual, novas tecnologias chegam para alavancar a produtividade e forçar empresas a se reinventarem para não perderem suas posições no mercado. Entenda melhor este momento e como ele tem forçado as empresas a se renovarem!
O que é indústria 4.0?
A Indústria 4.0 é parte de uma onda de inovação que tem mudado basicamente todos os setores econômicos. Para isso, as empresas se valem de novas tecnologias avançadas, como inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT), análise de Big Data, entre outras.
No caso da manufatura, a revolução no modo como produtos são desenvolvidos dentro das fábricas é tão profunda, tendo o apoio de tecnologias em várias etapas, que o termo Quarta Revolução Industrial foi cunhado para tangibilizar o salto de produtividade.
É, portanto, uma fase em que o processo produtivo não é só automatizado, mas ele se torna mais inteligente graças ao melhor aproveitamento dos dados. Trata-se da grande marca da ruptura com a Terceira Revolução Industrial, iniciada no século XX.
Apesar de ser um movimento que ainda ganha força, ele não é exatamente novo. Os primeiros registros do uso do termo “Indústria 4.0” datam de 2011, com o lançamento de um programa do governo alemão em associação com a indústria e a academia para garantir a vanguarda da transformação do setor.
As ideias, no entanto, não ficaram restritas às fronteiras alemãs. Logo, a aplicação de novas tecnologias no processo industrial tomou as linhas de montagem pelo mundo todo.
Quais são as tecnologias da Indústria 4.0?
Diversas tecnologias estão diretamente associadas à revolução pela qual a indústria passa e que viabilizam a transformação da manufatura. Conheça algumas delas:
Internet das Coisas (IoT)
A internet das coisas trouxe conectividade para o maquinário industrial e tornou os processos mais inteligentes e eficientes.
Devido a esse novo patamar de integração, as empresas produzem com mais qualidade, aproveitam melhor os ativos e reduzem as interrupções na produção para manutenção.
Isso porque ,graças à capacidade de transmissão de dados, é possível identificar precocemente as máquinas em risco de apresentar defeito, o que permite realizar um reparo preventivo, antes do equipamento se tornar um problema.
Big Data Analytics
A tecnologia que viabiliza a análise de dados está intimamente ligada ao uso de dispositivos IoT, que produzem volumes gigantescos de informações, embora não sejam as únicas fontes relevantes.
Com o aproveitamento desse mar de dados, as empresas podem ter uma visão muito mais profunda de seu processo produtivo para identificar gargalos e tomar as melhores decisões para otimizar a operação.
Inteligência Artificial
Inteligência artificial e Big Data Analytics são tecnologias que andam praticamente juntas, e a combinação é particularmente valiosa para um cenário de Indústria 4.0.
Neste caso, a IA é capaz de observar com mais agilidade e precisão as informações que os dados tentam revelar sobre o processo produtivo. Desta forma, a empresa pode agir mais rapidamente e ser mais cirúrgica ao eliminar ineficiências.
Automação
Robôs são parte do processo produtivo desde o século XX, mas o que a indústria 4.0 traz é um novo nível de automação para a manufatura.
Por meio de novas tecnologias, as máquinas ganham mais autonomia e a possibilidade de agir com mínima supervisão para reduzir custos com mão-de-obra e alavancar a produtividade.
Computação em nuvem
A computação em nuvem, ou cloud computing, já está presente em incontáveis setores e seus benefícios na indústria 4.0 são inegáveis.
Essa tecnologia confere otimização à velocidade e à capacidade de processamento sem depender de investimento pesado em hardware para servidores próprios.
Cibersegurança
Ao lidar com tantos dados e informações sensíveis digitalizadas, aumenta também a necessidade de se investir em segurança da informação.
Nesse cenário em que tudo é tão interconectado, uma ameaça como um ransomware, que “sequestra” sistemas com criptografia e só libera mediante pagamento, pode paralisar uma fábrica por semanas. Por este motivo, nunca foi tão importante proteger os sistemas de uma empresa.
Quais são os impactos e benefícios da Indústria 4.0?
Não é à toa que a indústria 4.0 foi alçada ao patamar de quarta revolução industrial. Os impactos do avanço tecnológico nas linhas de produção foram e serão enormes em diversos níveis.
Um dos mais diretos é a redução de custos com mão-de-obra acarretada pela ampliação da automação, com um nível ainda maior de autonomia para as máquinas. No entanto, esse está longe de ser o único impacto. Outros gastos são drasticamente reduzidos neste processo.
Os custos de manutenção, por exemplo, tendem a cair graças à análise preventiva que viabiliza identificar equipamentos em risco de apresentar falhas antes de eles pararem de funcionar. Segundo estimativas da consultoria McKinsey, a redução pode chegar a até 40% até 2025.
Da mesma forma, o relatório da empresa aponta que gastos com energia podem ser cortados em até 20%. Além disso, a McKinsey aponta que a indústria 4.0 não traz apenas ganhos do ponto de vista de corte de custos, mas também no ganho de produtividade. A estimativa do grupo é de que o aumento poderia chegar a até 25%.
Esses aspectos se combinam a outras vantagens, como maior flexibilidade e customização no ambiente de manufatura e até mesmo benefícios do ponto de vista de sustentabilidade, com menor desperdício de recursos.
Indústria 4.0 como motor da transformação digital
A indústria 4.0 significa uma revolução completa dentro dos processos de manufatura.
As empresas que não se adaptarem à nova realidade correm riscos de ficarem para trás no mercado. O resultado desse cenário é um impulsionamento da transformação digital para se adequar ao cenário.
Como mostra o relatório “Digital Industry Transformation – Reinventing to win in Industry 4.0” da Deloitte, companhias precisam acrescentar as novas tecnologias para os seus ativos legados, o que é chamado de transformação digital industrial.
A preocupação vai além de digitalizar a operação e envolve transformar todo o modelo de negócio para que ele seja compatível com o panorama, deixando de ser linear para ser “always-on”.
Há diferenças fundamentais entre os dois modelos propostos. Um exemplo: em uma operação nos formatos mais tradicionais, o cliente contata a empresa quando tem um problema em busca de uma solução. Em um cenário de indústria 4.0, no entanto, o poder da informação e dos dados permite proativamente oferecer uma solução adequada antes mesmo de o problema se revelar ao cliente.
É preciso, sobretudo, reinventar o mindset da organização para poder encarar o novo mercado. As companhias que melhor conseguirem se equilibrar diante dos desafios serão aquelas com melhor posicionamento estratégico.
A quarta revolução industrial, ou indústria 4.0, já é um fato consolidado que mudou radicalmente os processos produtivos ao longo da última década. Neste sentido, a transformação digital se mostra como mais do que desejável para uma empresa. Ela passou a ser necessária para conseguir se manter relevante no mercado.
Os benefícios se traduzem em ganhos de produtividade, na redução de custos e até mesmo em vantagens em termos de sustentabilidade, com a redução de desperdício e consumo mais inteligente de recursos. Afinal, quando dados são transformados em conhecimento, os negócios se tornam mais maduros e com mais diferenciais competitivos.
Ignorar uma revolução industrial como a vivida nos dias de hoje seria o equivalente a seguir insistindo nas máquinas a vapor enquanto o mundo dava os primeiros passos na informatização das linhas de montagem.
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