Um papo com Marco Bravo, head de Google Cloud no Brasil
Mapas, indicadores financeiros, informações de usuários: pense nas principais companhias do mundo e na quantidade avassaladora de dados que elas processam diariamente. O head de Google Cloud no Brasil, Marco Bravo, é uma das pessoas que têm o privilégio de conhecer os bastidores da tecnologia que faz várias dessas plataformas funcionarem.
Convidado da edição de 2022 do Data Driven Business, Bravo compartilhou as percepções sobre o potencial da nuvem para processamento de informações em negócios com volume e velocidades assombrosas.
Em um cenário no qual é preciso tomar mais decisões, no menor tempo possível, Bravo acredita que as empresas devem usar a tecnologia como habilitadora — ou seja, como forma de alcançar objetivos, mas não como um fim em si.
O executivo do Google conversou com a Neoway, confira os principais pontos da entrevista a seguir.
Nós sabemos que os últimos anos trouxeram uma aceleração tremenda das empresas. Qual o papel do Google Cloud nesse processo, levando em conta que a infraestrutura de nuvem se tornou quase questão de sobrevivência para os negócios?
Uma vez que você quer explorar dados com flexibilidade, agilidade e integração, a nuvem é um grande habilitador. A primeira questão é a escala: sem as características que a tecnologia em nuvem possui, você não conseguiria fazer as análises de grandes volumes de informação que são necessárias para todos os aspectos.
Você não conseguiria, por exemplo, resolver um problema de lavagem de dinheiro, porque é uma questão de escala global. É necessário dados do mundo inteiro para e a tecnologia permite que você agregue essa informação. É necessário uma tecnologia que permita agregar dados na mesma escala.
A segunda é a capacidade computacional para analisar grandes massas de informação, principalmente, quando você vai usar uma modelagem analítica com inteligência artificial (IA). Não seria razoável que uma única empresa tivesse essa capacidade computacional ou, se tivesse, demoraria dias e dias para tirar uma conclusão. A nuvem traz esse poder computacional.
A terceira coisa, que tem relação com velocidade, é essa agilidade na integração dos dados para trazer resultados. Por exemplo, um tomador de decisão de logística precisa de dados quase em tempo real. A tecnologia em nuvem é um grande habilitador por essas características.
Como medir o progresso ou fracasso do planejamento definido?
Tipicamente, o que se observa são projetos de uso de dados que são baseados em criação de data lakes, ao invés de partirem da definição clara de quais são os objetivos de negócio, onde e como o dado vai agregar, quais produtos que vão ser lançados no mercado a partir de uma estratégia de dados.
A idealização dos projetos de data lake precisam nascer a partir daí, é importante começar pelos objetivos finais e não pela infraestrutura.
Quão estratégico é o papel da inteligência artificial na tomada de decisões?
Essa é uma pergunta chave. O que a experiência mostra é que, para você tomar decisões mais assertivas, é preciso ter o maior número de fontes de informação. Às vezes é mais importante ter mais fontes do que mais dados para ter um resultado analítico.
Combinar algoritmos manuais com uma grande quantidade de dados é praticamente impossível. Você não consegue adaptar os seus processos numa velocidade razoável para os negócios, para impactar suas decisões, se você não conseguir fazer de maneira automática.
Esse foi um dos motivos pelos quais o Google sempre investiu tanto em inteligência artificial. Para uma empresa que fala de plataformas de informação em escala global, é preciso usar essa tecnologia.
Podemos levar até para o lado da segurança. Às vezes, para determinado tipo de decisão você pode não ter uma informação tão segura se ela for baseada em uma solução manual. Então a inteligência artificial é absolutamente chave quando falamos de grandes volumes de dados.
Qual é o maior desafio que as empresas que procuram as soluções do Google Cloud enfrentam?
O primeiro desafio está relacionado ao uso mais eficiente do volume de dados que estão criando. Eles têm acesso a mais dados e precisam transformar isso em informação para tomada de decisão consciente, eficiente e rápida.
O segundo é como utilizar esses dados para aumentar a eficiência na cadeia de valor — não só dentro do seu próprio negócio. [As empresas querem saber] como integrar os dados com outros negócios de parceiros ou monetizar os produtos que estão sendo criados em cima das informações disponíveis.
A terceira é um aspecto cultural. Como ser uma empresa data-driven? Como resolver problemas, como as pessoas colaboram em cima da cultura de dados, como resolver problemas em equipe. Diria que o quarto desafio é a segurança e o quinto pilar é ESG, uma agenda muito forte.
O Google Cloud opera a nuvem mais limpa do setor, porque é carbono livre, com impacto social. Tem uma agenda muito forte do Google, com Cloud, de levar impacto social e minimizar impacto ambiental.
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