Cada vez mais explorada na iniciativa privada, a inteligência de dados tem revolucionado a maneira como se define a estratégia de uma organização na nossa sociedade.
O volume de dados que produzimos e a forma como os interpretamos têm evoluído a passos largos. No setor público, estamos vivendo o início desse processo já consolidado na iniciativa privada e a tomada de decisão começa a ser direcionada por uma visão Data Driven. Mas o que os dados têm a ver com isso?
Imagine que uma determinada política pública possa ser implementada ao primeiro sinal de incoerência ou inconsistência das métricas e indicadores utilizados para estabelecer um nível adequado de prestação do serviço público.
Como a inteligência de dados se aplica no setor público?
Se uma prefeitura começa a olhar para o número de novas unidades habitacionais, por exemplo, ou loteamentos sendo aprovadas no município e confrontar com a capacidade de seu sistema público de saúde e educação de absorver essa nova demanda, a prefeitura pode, em seu orçamento, indicar a construção de novas unidades escolares e postos de saúde a fim de atender essa nova população e evitar a sobrecarga do sistema atual. É prever o que vai acontecer para se antecipar e evitar problemas futuros.
Outro exemplo é o que realizamos junto a um município de médio porte do vale do Itajaí. Avaliamos o montante da dívida produzida nos últimos dois anos (2019 e 2020) e comparamos com o histórico. Percebemos um público novo endividado.
Neste cenário, como as dívidas eram pequenas, indicamos a priorização de uma cobrança administrativa (baixo custo ao município) e obtivemos resultados expressivos. Das 150 cobranças realizadas em um período de 45 dias, quase 400 mil reais foram recuperados aos cofres públicos. Para além desta atividade administrativa, foi efetuado uma atividade educativa, pois muitos desses “jovens devedores” não tinham ciência de suas obrigações com o município. Duas políticas públicas executadas ao mesmo tempo.
Isso ainda é um sonho distante para a maioria dos municípios do Brasil que só atuam quando o problema já está enraizado, mas é perceptível o esforço que vem sendo empregado para que essa idealização se torne realidade.
Infraestrutura tecnológica: por que é tão importante?
Pode parecer simples implementar esse tipo de solução em um município, mas percebam que uma prefeitura tem que estar atenta a muitas áreas e preocupada em atender a demanda de inúmeros setores da sociedade e, para além disso, gerir um volume de dados absurdo. Faltam pessoas para olharem os dados e produzirem inteligência com eles.
Os esforços que venho percebendo nos últimos anos estão concentrados na modernização da máquina pública em dois principais investimentos: infraestrutura tecnológica e de telecomunicações.
Esses dois caminhos foram incentivados por programas governamentais e por políticas de conectividade/interação a fim de promover a transparência pública. Seu município tem “wifi grátis”? Então, é por aí.
Mas ainda sim as equipes/times de tecnologia em uma prefeitura, em sua maioria, são limitadas a poucos profissionais. É necessário atrair talento ao setor público ou construir parcerias com a iniciativa privada em prol da construção de uma central de inteligência a fim de subsidiar as políticas públicas e otimizar a gestão como um todo.
Este texto tem a intenção de levantar um debate e aproximar as pessoas que se interessam por esse tema. Gostou das informações? Acesse o nosso site e entenda como funcionam as soluções da Neoway para o Setor Público,