“A cultura da inovação tem que permear toda a organização”, diz Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury

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Em uma empresa quase centenária, a cultura da inovação é resultado de um processo que se desenvolve aos poucos e não de uma hora para outra. É o caso do Grupo Fleury. Aos 96 anos, a organização que é referência no setor de saúde pelo histórico de inovação tem o desafio de fazer a análise de dados permear todas as áreas.

Em entrevista exclusiva à Neoway, a CEO do Grupo Fleury, Jeane Tsutsui, explica como a companhia lida com a inovação em busca de novas soluções e, também, para aprimorar a eficiência de operações rotineiras. “Com inteligência artificial, conseguimos evitar que um paciente grave não seja diagnosticado adequadamente, o que tem um valor intangível de salvar vidas”, diz.

Jeane conta que o Grupo Fleury tem uma equipe de cientistas de dados focada na entrega de novos produtos e serviços, como os testes de covid, tão essenciais na pandemia. 

Ela também detalha o funcionamento de uma plataforma automatizada desenvolvida para melhorar a previsão de demandas. A partir da análise de dados, o sistema compreende os perfis  de clientes e permite a alocação de recursos de acordo com o volume de exames.

Confira abaixo a entrevista:

Como o Grupo Fleury utiliza os dados para gerar inovação?

O Fleury tem um histórico de muita inovação e utiliza dados para projetos de inteligência artificial e para orientar o desenvolvimento de novas soluções na área de saúde. Também há potencial para aplicar o uso de dados na gestão de saúde populacional. 

Temos um grupo de cientistas de dados que atua para entregar produtos e serviços, mas que também trabalha com data lake construindo potencial de entrega. 

Temos produtos que foram desenvolvidos com base em análise de dados, como testes de covid e soluções para preencher lacunas do mercado de saúde. Um exemplo é a capacidade de descobrir a taxa de mulheres que fizeram mamografias e não retornaram para saber os resultados dos exames.

Vocês contam com o apoio de startups para impulsionar a inovação?

Sim. Há 26 startups que nos ajudam e direcionam inovações no dia a dia. Entre os cases, está a realização de diagnósticos de covid a partir de análise de dados. E, hoje, já usamos inteligência artificial aplicada à nossa rotina radiológica para identificar casos graves, como o AVC.

Como funciona a Fleury Forecaster, criada para ajudar no gerenciamento de demandas? 

No Forecaster usamos dados para prever quais períodos precisamos alocar mais agendas de determinados tipos de exames. Isso porque a depender do perfil de cada caso, os períodos variam.

A cultura do jejum, por exemplo, é no período da manhã. Então, usamos estas informações para programar a disponibilidade de agências, otimizar recursos e alocar os médicos. 

Outra aplicação é a avaliação no próprio call center. Usando inteligência artificial, temos acesso ao perfil e ao endereçamento das demandas em linha com as necessidades dos clientes.

Quais métricas são utilizadas para mensurar a inovação?

Temos diferentes métricas, algumas quantitativas, por exemplo, o quanto conseguimos reduzir o pagamento de garantia médica (valor mínimo pago para o médico que ficou ocioso). Fazemos isso com o uso de ferramentas de dados. E têm também parâmetros qualitativos, por exemplo, para saber o quanto subiu a detecção de alguns tipos de casos graves. 

Com IA, conseguimos evitar que um paciente grave não seja diagnosticado adequadamente, o que tem um valor intangível de salvar vidas. E isso diz muito também sobre o nosso papel na sociedade. 

No meio de uma pandemia, por exemplo, conseguimos usar tecnologia que permite fazer diagnóstico com base em dados de hemogramas, evitando que as pessoas se desloquem.

Como é construída a cultura de inovação no Fleury?

Para mim, o processo de inovação tem que permear toda a organização. Temos uma área de inovação no Fleury, mas batemos na tecla de que a inovação precisa permear todas as áreas – começando pela visão da liderança – e o processo deve ser dinâmico. Mas, acho que devemos ter uma área de inovação que coordene e dê agilidade aos processos.

Vejo a cultura da tecnologia como um processo: não adianta achar que vai acontecer de uma hora para outra. Algumas áreas vão se organizar e começar a mostrar os resultados. 

Em uma organização como a nossa, que tem 96 anos, não vejo que isso irá acontecer rápido. Hoje a inovação no Fleury ainda está centralizada na área médica, no desenvolvimento de produtos, na coordenação de cuidados e inovação. 

Não está em todos os níveis. Mas quando mudarmos isso, criaremos uma cultura voltada a dados.

Gostou da entrevista com a Jeane Tsutsui? Saiba mais sobre o assunto no podcast CTO: o papel da liderança de tecnologia na cultura de inovação. No episódio, Matheus Vill, VP de Plataforma na Neoway, e Marina Xavier, CTO na Rock Content, falam sobre os desafios inerentes ao setor da tecnologia quando o assunto é cultura da inovação. 

Por 

Neoway

A Neoway é a maior empresa da América Latina de Big Data Analytics e Inteligência Artificial para negócios. Fundada em 2002, em Florianópolis, lançou a sua plataforma SaaS em 2012, e, hoje, está presente em todo o Brasil.

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