As exigências sobre a gestão de riscos e compliance no mundo corporativo vêm aumentando a cada ano. Em um ambiente de negócios globalizados, de infinitas oportunidades comerciais mas também de riscos aumentados, é indispensável que as empresas assegurem a conformidade dos seus negócios com os melhores códigos de conduta, com a legislação e a regulamentação aplicável ao setor econômico onde atuam.
Cada vez mais, as empresas investem no mapeamento das ameaças operacionais, financeiras, ambientais, de imagem, entre outras, para se prevenir de situações desfavoráveis e procuram atender às regras e normas vigentes em cada uma dessas áreas. E, afinal, não por acaso, essa é uma questão de responsabilidade objetiva, pois não é mais possível ‘fechar os olhos’ diante de alguma irregularidade de algum cliente, parceiro ou fornecedor que possa afetar a credibilidade e até implicar judicialmente uma organização que esteja aliada a isso.
Além disso, a aplicação de medidas para a gestão de riscos e compliance gera um círculo virtuoso: a empresa projeta solidez e segurança, ganha a confiança dos investidores, seu custo de capital e financiamento cai, novos investimentos geram resultados melhores que reforçam a percepção de solidez projetada para o mercado.
O movimento de compliance começou nos Estados Unidos na década de 70 e ganhou força em 2010 com a atuação inglesa contra a corrupção. No Brasil, a criação do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), da Lei n. 9613 de 1998 de prevenção à lavagem de dinheiro, a Lei n. 12846 de 2013 de anticorrupção e a Lei n.13260 de 2016 de antiterrorismo vieram para aprimorar a governança em empresas e também no poder público. Por aqui, a preocupação em não dar um ‘passo errado’ ou se tornar parceiro de negócios de uma organização com reputação duvidosa segue crescendo, principalmente em meio a tantas investigações de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo o setor privado e os governos.
Mas, implementar um programa de compliance e gestão de riscos ainda não é uma tarefa fácil, especialmente pelo grande volume de informações que cada setor específico precisa monitorar – e, muitas delas, ainda são de difícil acesso – além das constantes atualizações feitas nos sistemas regulatórios. Para ter eficiência e um mínimo de agilidade para de fato prevenir fraudes, é necessário contar com processos muito bem estruturados e uma grande equipe para buscar e cruzar os dados necessários.
A tecnologia como aliada à gestão de riscos e compliance
Nesse ponto, a tecnologia se tornou uma forte aliada para detectar e corrigir possíveis ameaças à integridade da organização sem a necessidade de manter um departamento imenso de auditoria. Hoje, plataformas de Big Data Analytics permitem que uma enorme quantidade de dados possa ser coletada e analisada de acordo com os interesses das empresas. A automatização e a inteligência artificial aplicadas aos negócios tornam os processos de gestão de risco e compliance mais ágeis, precisos e com modelos e métricas relevantes.
Com poucos cliques é possível, por exemplo, rastrear uma empresa e entender como ela está posicionada no mercado em diferentes perspectivas – cadastral, societária, fiscal e tributária, judicial e extrajudicial, trabalhista, política, socioambiental, entre outras – e seus possíveis relacionamentos empregatícios, societários e familiares, tanto em relação ao parceiro direto quanto à sua rede de relacionamentos de negócios. E esse é um grande diferencial para quem quer destaque no cumprimento do compliance em mercados interconectados.
No Brasil, os setores financeiro, de seguradoras, do agronegócio, da construção civil, de telecomunicações e de bens de capital e de consumo já despertaram para o uso do Big Data Analytics em casos de descoberta e prevenção de fraude. No entanto, vale destacar que a tecnologia pode – e deve – ser aplicada a todos os setores e empresas que buscam aprimorar a sua área de compliance. Esse tipo de solução diminui o tempo de busca e de interpretação das informações, além de reduzir as chances de uma análise equivocada.
Fato é que o Big Data já está mudando o modo como os negócios são conduzidos. As instituições que investirem nesse tipo de processo otimizado para gestão de riscos e compliance irão evitar perdas financeiras e prejuízos de imagem mais facilmente, e estarão à frente da concorrência.