Todos os dias ocorrem fusões e aquisições no Brasil e no mundo. Essa prática, que envolve a combinação de duas ou mais empresas, é também conhecida como M&A, referente ao termo em inglês “mergers and acquisitions”.
Uma fusão ocorre quando duas empresas unem suas operações, fundindo recursos, ativos e estratégias para formar um novo negócio. É comum que organizações se fundam para diversificar o catálogo de produtos e serviços ou ampliar o alcance no mercado.
Já a aquisição acontece quando uma companhia adquire outra. Ou seja, compra uma empresa e assume o controle de suas operações. Existem diversos motivos pelos quais as aquisições acontecem, como obtenção de tecnologia, propriedade intelectual e até mesmo recursos humanos.
Ambas as estratégias visam impulsionar o crescimento do negócio. Naturalmente, são realizados muitos processos antes de fusões e aquisições, como análises financeiras, jurídicas, operacionais e reputacionais. O objetivo é se precaver contra eventuais problemas e riscos futuros e garantir que o processo será benéfico.
Se você quer saber mais sobre o assunto, o histórico recente dessa atividade e quais são os processos envolvidos, chegou ao lugar certo. Neste artigo, saiba tudo que é necessário sobre o mercado de fusões e aquisições no Brasil.
Histórico das principais fusões e aquisições de empresas brasileiras
Fusões e aquisições ocorrem de diferentes maneiras. Isso porque, na maioria das vezes, são divididos montantes parciais, não necessariamente o correspondente a 100% de uma empresa.
No Brasil, centenas de empresas são adquiridas ou fundidas todos os anos. Outras tantas são interrompidas pela detecção de potenciais riscos. Conheça, a seguir, algumas das maiores fusões e aquisições brasileiras dos últimos anos.
Quais as maiores fusões e aquisições de empresas brasileiras?
Privatização da Eletrobras
A Eletrobras teve suas ações ofertadas e foi privatizada por 33,7 bilhões em 2022.
Rede D’Or e SulAmérica
A fusão entre a Rede D’Or e a SulAmérica ocorreu também em 2022, com um valor estimado de R$ 15 bilhões.
Movile e iFood
A Movile, controlada pela holandesa Prosus, adquiriu 33,3% das ações do iFood por R$ 9,4 bilhões em 2022.
Hypera Pharma e Takeda Pharmaceutical
A Hypera Pharma adquiriu o portfólio de 18 medicamentos da Takeda Pharmaceutical por US$ 825 milhões em 2020.
Azul e TwoFlex
Também em 2020, a Azul Linhas Aéreas comprou a empresa de táxi aéreo TwoFlex por R$ 123 milhões.
Natura e Avon
Em 2019, a empresa de cosméticos Natura se juntou à Avon. A fusão tornou a empresa a quarta maior do mundo.
Claro e Nextel
Empresa controladora da Claro, a estadunidense Móvil adquiriu a Nextel por US$ 905 milhões em 2019.
Eldorado Celulose e Paper Excellence
No ano de 2017, a Paper Excellence comprou a Eldorado Celulose por R$ 15 billhões.
Neoenergia e Elektro
Também em 2017, Neoenergia e Elektro se fundiram. A nova empresa possui um faturamento anual próximo a R$ 20 bilhões.
Itaú e XP Investimentos
O Itaú Unibanco se tornou detentor de 49% das ações da XP Investimentos por R$ 6 bilhões em 2017.
Números do mercado de fusões e aquisições no Brasil. Como está em relação a outros anos?
As fusões e aquisições no Brasil movimentaram US$ 66 bilhões em 2021, de acordo com um relatório da Bain & Company (2022), consultora global de empresas e organizações. Este foi o maior valor registrado desde 2010. Boa parte disso ocorreu devido ao volume de ofertas públicas, a baixa taxa de juros e o câmbio desvalorizado em relação ao dólar, segundo Luis Frota, sócio da Bain & Company.
Porém, no primeiro trimestre de 2023, houve uma queda de 46% no número de acordos de fusões e aquisições no país em comparação ao mesmo período de 2022. A informação é do Radar Econômico, da revista Veja. Ao todo, foram movimentados US$ 4,7 bilhões e, também nessa medida, houve uma queda significativa de 65%.
Felipe Junqueira, diretor de fusões e aquisições da Aon, provedora de capital humano e serviços de consultoria de gestão, disse ao site da revista que “O ano 2023 começou devagar para o mercado de M&A, reflexo de eventos globais como o aumento da taxa de juros, inflação e conflitos”. Mas completa com um prognóstico positivo: “A expectativa é que, à medida que esses eventos se estabilizem durante o ano, o nível de investimentos seja retomado”.
Como se dá o processo de fusão e aquisição?
Os processos de fusão e aquisição ocorrem em quatro etapas. A primeira delas é o planejamento estratégico. Nesse passo, ocorre a definição dos objetivos para a potencial negociação.
A seguir, há a busca de oportunidades. Aqui a ideia é avaliar o mercado e procurar empresas que se encaixam nos moldes definidos no planejamento estratégico. É natural que exista mais de um perfil desejado e que sejam consideradas diferentes opções para contingência.
Mais à frente, ocorre a diligência prévia (due diligence), na qual é realizada uma análise aprofundada para checagem de riscos e oportunidades. Consiste em uma sistemática e minuciosa avaliação sobre informações financeiras, operacionais, comerciais, legais e fiscais.
É a partir dela que elementos importantes são definidos, como as potenciais ameaças (trabalhistas, financeiras, ambientais, jurídicas, contratuais etc.), a valoração adequada para evitar o pagamento excessivo e identificação de oportunidades.
Você sabia que podem ocorrer fraudes em processos de fusão e aquisição? Saiba como evitá-las neste artigo.