Quase metade dos vazamentos de dados do mundo acontece no Brasil, foi o que revelou um estudo feito pela Tenable, plataforma de gerenciamento de exposição. Apesar da informação espantosa, o aparecimento do assunto nos noticiários é rotina. Sendo assim, investir em uma diligência 360º faz-se necessário, principalmente, para as seguradoras.
Isso porque, nos últimos anos, o setor vem sofrendo prejuízos financeiros com o aumento de fraudes e uso mal-intencionado de sinistros. Apostar em tecnologias de ponta a ponta e soluções antifraude pode ajudar na realização de diligências mais ágeis, e facilitar a identificação de oportunidades alinhadas com as políticas de risco das seguradoras.
Tecnologias e inteligência de dados para seguradoras
Os tipos de fraude são muitos: fabricação de sinistros, apresentação de informações mentirosas e, até mesmo, o uso deliberado da identidade de outra pessoa.
Por outro lado, as seguradoras podem contar com inteligência de dados, machine learning e Inteligência Artificial para terem processos automatizados e personalizados nas análises de sinistros. Assim, conseguem identificar indícios de fraudes com eficiência e oferecer aos clientes uma jornada ágil e sem atritos.
O que pensam os especialistas?
Conversamos com Tiago Santa, Head de Dados e Analytics na Metlife, para entender suas percepções sobre o tema: “É muito mais sobre como eu posso pegar esses dados e trabalhar de uma forma inteligente e estratégica. Ou seja, é sobre a inteligência que está por trás desse processo, do que simplesmente os dados”.
Sobre a sua experiência com a Neoway, Santa também comentou: “Implementamos recentemente um score interno apenas utilizando os dados da Neoway e tivemos um resultado expressivo na linha de negócio. Tanto no poder de subscrição, quanto na parte de sinistro.”
Bruno Porte, Vice Presidente de tecnologia, transformação e dados, da AXA no Brasil, também compartilhou suas percepções: “A gente diz que o dado é o bem mais precioso. Para a área de seguros, precisamos fazer duas coisas: identificar os riscos (talvez na entrada de uma proposta, uma cotação, por exemplo), e também utilizar o dado para precificar melhor.”
“Quando eu combino essas duas coisas, e usamos elementos como score de fraude (inclusive no onboarding), é possível trazer saúde para a carteira, o que é muito importante, e vai ajudar no bottom line (resultado final) da companhia.
Porte também comentou sobre o impacto dessa inteligência para os negócios: “Quando usamos o dado da maneira correta, geramos valor. O dado é transformador para o negócio: conseguimos trazer mais resultado, melhorar a eficiência e, também, o bottom line.”
Diligência 360º para seguradoras e proteção de dados
Com a inteligência de dados e tecnologia, as seguradoras podem aprimorar seus processos, de ponta a ponta: da contratação ao pagamento do sinistro ou, até mesmo, a renovação de seguro.
Dentre as tecnologias para tornar os processos mais efetivos, também podemos citar o liveness e OCR, facematch, biometria facial, documentoscopia e forensic analysis.
Onboarding de stakeholders
A automatização de decisões na hora de conhecer clientes, colaboradores, fornecedores e terceiros em profundidade no momento da entrada na empresa garante maior segurança jurídica e financeira. Isso pode ser feito com uma análise de CNPJs e CPFs, de forma ágil e inteligente.
Conflito de interesse
Quando houver relações conflitantes entre qualquer pessoa que faça parte do ecossistema da seguradora (solicitante de seguro ou terceiros, por exemplo), ter os processos decisórios de prevenção à fraude automatizados garante ações rápidas para manter as melhores práticas comerciais e trabalhistas, preservando a empresa.
Análise reputacional
É importante também proteger a seguradora de possíveis relacionamentos comerciais (fornecedores, parceiros e/ou clientes) com pessoas ou outras empresas que possam representar risco reputacional e até jurídico. Através da análise das mídias adversas as seguradoras podem evitar esses tipos de risco.
Análise de risco de grupos econômicos
Também é importante contar com uma plataforma para identificar estruturas societárias, grupos econômicos e outros tipos de relações, além de analisar proximidade com listas de risco e prevenir-se de possíveis fraudes.
Monitoramento contínuo
Não basta checar os stakeholders somente na hora da contratação. Monitorar continuamente empresas e seus sócios, clientes, fornecedores e parceiros é vital para identificar riscos legais e reputacionais relacionados a mudança de comportamento.
A melhor forma de fazer isso é apostar em uma plataforma que monitora automaticamente milhões de dados públicos sobre empresas e sócios e permite você fazer personalizações à sua política de risco para receber alertas sempre que detectar ações suspeitas ou fora do comum.
Além de toda a automação e geração de inteligência para o negócio que um bom parceiro de dados e tecnologia pode oferecer, este também poderá dar mais segurança para os seus dados.
Procure por parceiros que tenham a ISO 27001, uma certificação de padrão internacional que trata da gestão da segurança da informação. O objetivo é estabelecer um padrão para atender uma série de normas e requisitos que orientam a criação de um Sistema de Gestão de Segurança da Informação (SGSI) que seja capaz de garantir a privacidade, a integridade e a disponibilidade de dados sensíveis ao negócio.