A experiência do usuário está no centro da estratégia de qualquer empresa competitiva e se conecta diretamente com as áreas de tecnologia. Quando o relacionamento comercial se dá em canais digitais, a interface precisa entregar as informações requisitadas da forma mais intuitiva possível. Por trás desse processo, que é invisível aos olhos dos clientes, está um conceito em alta dentro dos times de desenvolvimento: o API First (API Primeiro).
Antes de avançar com o tema, uma breve explicação sobre APIs. Do inglês “Application Programming Interface”, o termo significa “Interface de Programação de Aplicativos”. Ou seja, as APIs são como um tipo de “ponte”, responsáveis por integrar sistemas e conectar aplicações, podendo ser utilizadas nos mais diferentes negócios. A partir delas, as empresas conseguem ter acesso a praticamente qualquer aplicação de outras companhias e, com isso, alcançam ganhos como: otimização de tempo, acesso a recursos tecnológicos sem necessidade de desenvolvimento próprio de aplicações, redução de custos e também de esforços operacionais.
Para materializar esse conceito na prática, é possível pensar em uma analogia simples, utilizando o exemplo de um restaurante, onde o garçom serve como interface entre um cliente e a cozinha. Ao entrar no local, um consumidor (imaginemos aqui um site ou mobile) analisa o cardápio, decide o prato que vai comer e, então, faz o seu pedido ao garçom (API). Em seguida, esse mesmo garçom vai até a cozinha (servidor) solicitar o pedido. Quando o prato fica pronto, ele leva ao cliente. A entrega do prato (resposta da API) depende do gerenciamento da comunicação do pedido, da estrutura da cozinha e da agilidade dos cozinheiros. É assim que funciona com as APIs também.
O cenário do API first e a visão da Neoway
O conceito surgiu como alternativa aos problemas de integração de serviços enfrentados pelas empresas que priorizam a construção de aplicações (como um site ou app) para só depois pensar na API. Nesse caso, como as bases do desenvolvimento não são definidas previamente, falhas de compatibilidade tendem a acontecer com mais frequência, o que compromete o desempenho e pode até gerar a interrupção temporária dos serviços. Isso porque quando a API é construída depois das aplicações, revela que os times de tecnologia não priorizaram testes dos parâmetros de integração previamente.
Com o avanço da mentalidade API First, a abordagem do desenvolvimento de software passou a priorizar a forma como os serviços são consumidos pelos usuários. Ou seja, o caminho entre a busca feita pelo cliente em um aplicativo, por exemplo, e o retorno da pesquisa com os dados solicitados ficou mais eficiente e fluido. A facilitação desse fluxo de informações trouxe benefícios para os dois lados: tanto para os desenvolvedores quanto para os clientes que usam as aplicações.
A Neoway é adepta da API First e enxerga vantagens significativas nessa prática de desenvolvimento. Uma das aplicações mais relevantes nas soluções de Big Data Analytics e de Inteligência Artificial oferecidas pela empresa é a otimização da busca dos dados dentro da plataforma.
Hoje, os desenvolvedores da Neoway criam soluções pensadas para serem consumidas primeiramente como API sem se importar se o consumo será feito via página web ou terminal. Com isso, os micro-serviços ficam mais escaláveis e devidamente separados por contexto/soluções.
Assim, também é possível garantir uma segurança maior no controle de autenticação dos serviços oferecidos, porque todos terão as validações necessárias para serem acessados como API.
Conforme explica Matheus Vill, vice-presidente de Plataforma na Neoway, a priorização da construção da API permite que as informações sejam melhor organizadas. “Quando o desenvolvedor pensa primeiro na API, ele pensa como clientes, parceiros ou aplicações internas vão se comunicar com o serviço, e isso facilita muito o trabalho da integração”, diz. Sem esse caminho “pavimentado”, completa Vill, as informações poderiam ficar segregadas, tornando a comunicação mais complexa e lenta.
Um exemplo do funcionamento desse processo é quando aplicativos de empresas terceiras fazem consultas à API da Neoway para validar dados pessoais informados na hora da entrada de um novo cliente. Nesse caso, a busca pelas informações, a velocidade do retorno e a forma como elas serão exibidas para o usuário dependem da boa aplicação do conceito API First. Por isso, é importante que o funcionamento adequado da API seja avaliado antes da aquisição do serviço junto aos times de tecnologia por meio de uma verificação técnica.
Com agilidade e eficiência no processo de desenvolvimento, a estratégia API First faz com que tanto a Neoway quanto os clientes consigam realizar integrações de forma mais rápida, com menos fricções e mais estabilidade. Isso se traduz em ganhos significativos para a experiência do usuário e um alto nível de serviço em todos os aspectos.