Dados, VR e IA vão acelerar a inovação nas empresas: entrevista com Francisco Jeronimo, vice-presidente do IDC Europa

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Passar pelo perfil de Francisco Jeronimo no LinkedIn é uma visita para a vitrine do que há de mais moderno na tecnologia para consumidor final da atualidade. Isso porque o vice-presidente de data e analytics de devices do IDC Europa precisa ter um pé no futuro — e ele leva seus seguidores com ele, ao menos, virtualmente.

Ao lado de uma equipe de 35 analistas espalhados pela Europa, Jeronimo executa uma missão complexa: investigar as últimas tendências de computação pessoal, dispositivos móveis e qualquer outra tecnologia revolucionária para os relatórios da companhia de inteligência de mercado e consultoria.

Ao Neoway Conecta, por exemplo, ele descreveu sua experiência com o Vision Pro, da Apple: “Talvez o melhor produto de realidade que eu já testei”. O que significa bastante coisa, já que, nos últimos dez anos, foram lançados mais de 350 produtos na categoria de realidade virtual (também chamada pela sigla em inglês VR).

A seguir, os principais trechos da entrevista em que o especialista do IDC fala sobre Inteligência Artificial, realidade virtual e o papel dos dados como motor de novas tecnologias.

NeowayVocê experimentou recentemente o Vision Pro, o que achou da experiência?

Francisco Jeronimo — Eu tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o produto no lançamento, nos Estados Unidos. É talvez o melhor produto da realidade virtual que vi até hoje, dos vários que já testei. Para termos uma ideia, nos últimos 10 anos, foram lançados cerca de 350 produtos de realidade virtual. É uma categoria que vem crescendo bastante, com vários players no mercado, mas nenhum deles conseguiu apresentar uma experiência realmente entusiasmante.

Mas, agora, porque esse produto é interessante?

Porque estamos falando da próxima geração de interação com dados, com conteúdo digital. É um mercado que não é novo, tem várias décadas, mas que nunca cresceu ao nível de se tornar uma oportunidade de negócio para marcas e produtores de conteúdo.

Neste momento, com essa oferta, temos aqui uma forte possibilidade desse mercado explodir, seja em conteúdos ou por parte dos utilizadores e das empresas, que vão tentar perceber como usá-lo nos negócios e na oferta de produtos e serviços. Isto vai ser bastante interessante de assistir nos próximos anos.

NeowayAproveitando a sua experiência com outros aparelhos, podemos imaginar que, se esse óculos de VR for bem sucedido, podemos ver essa tecnologia se popularizando?

Francisco Jeronimo — Sim, o que nós estimamos é que haja um grande crescimento dessa categoria nos próximos anos. Um dos problemas é a oferta de conteúdos. Além dos jogos, poucos são os conteúdos que nós podemos utilizar neste tipo de de aparelhos.

Vamos ver aqui uma explosão de conteúdos que é crítica para que efetivamente haja interesse por parte dos utilizadores. Os smartphones se tornaram populares não porque tinham telas touch screen, mas porque esse recurso permite criar conteúdos que até ali não eram possíveis.

Neoway Mudando de tendência, a palavra do momento é IA generativa, por conta do ChatGPT. Há pesquisas que indicam maior interesse das empresas em investir em IA depois desse sucesso. Como você observa esse movimento?

Francisco Jeronimo — A inteligência artificial, com todos os desenvolvimentos que estamos assistindo neste momento, é a próxima revolução tecnológica a nível mundial. E provavelmente a mais poderosa revolução tecnológica até hoje. 

Apesar das nossas vidas já estarem dominadas por máquinas e computador, há uma grande diferença do que vamos ver nos próximos anos. Até agora todas essas máquinas precisam do input [comando]  do utilizador para processarem um output [resultado]. O que vamos assistir é a possibilidade de eu colocar um pedido e a máquina ter capacidade de decisão sobre o output [resultado].

Quando tivermos um telefone ou uma máquina que consiga tomar decisões em meu nome e sugerir uma série de ações, teremos um potencial disruptivo muito grande

Neoway Certo, mas como você imagina que funcionaria isso?

Francisco Jeronimo — Um exemplo rápido: se eu apontar a câmera do meu telefone para o cartaz de um filme, atualmente, o celular vai identificar qual é o filme, quem são os atores, mas não consegue dizer qual a probabilidade de eu gostar do filme ou as oportunidades na minha agenda para que eu vá ao cinema.

E se o telefone ou uma máquina me disser que há 85% de probabilidade de eu gostar do filme e que meu próximo dia livre é na quarta-feira e que há um restaurante perto que eu posso gostar e enviar um convite para um amigo convidando para esse evento. E, em seguida, o aparelho toma todas essas ações: comprar os bilhetes, reservar o restaurante e por aí vai.

Estamos falando de trazer a inteligência das máquinas para nossas vidas. Que não é mais do que a capacidade de prever ações e tomar decisões em meu nome.

Portanto, de uma forma simples, estamos automatizando muitas das ações nas nossas vidas. O que vai permitir libertar tempo para aquilo que é mais interessante e aquilo que cada um de nós mais gosta de fazer.

Neoway — Pode comentar alguns dos riscos dessa adoção em massa? E os dados são o motor dessa inovação?

Francisco Jeronimo — Quanto mais dados determinados países e empresas estiverem sobre os cidadãos maior a possibilidade de influência eles têm sobre esses cidadãos. Portanto, falando de inteligência artificial, é algo que falta tanto em regulação quanto em estratégia. Regulação da forma como a Inteligência Artificial deverá ser usada e estratégia de ação concreta para que determinadas entidades limitem algumas dessas utilizações.

Como qualquer tecnologia ao longo dos séculos, há riscos e há muitas oportunidades. A sociedade evoluiu ao longo dos séculos devido à evolução da tecnologia e portanto esse é mais um passo gigante que vamos assistir com a explosão de Inteligência Artificial. Daí também todo o interesse na utilização por parte das empresas, de tentarem perceber como é que podem usar a IA para criar mais valor para os seus clientes e consumidores. Nós vamos continuar a ver fortes investimentos nessa área.

Francisco Jerônimo é um dos convidados da websérie Inteligência Artificial: A Fronteira Final, que estreia nos canais de vídeo da Neoway nos próximos dias. Saiba mais nas redes oficiais da Neoway e no canal do YouTube Neoway Labs Tech.

Por 

Tiago Alcantara

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